Não pertenço ao partido do Governo. Mas isso não me impede de reconhecer que as autoridades da saúde têm feito o melhor que podem, não se poupando a esforços e à vontade a de acertar. Eu não me queria ver na sua pele. Se outros estivessem em seu lugar, fariam melhor?
Nem o país nem as estruturas de saúde estavam preparadas para este tsunami viral e, sejamos honestos, não podemos estranhar que, nestas circunstâncias, possa haver falhas aqui e acolá. O contrário é que seria estranho. Por isso achei destemperadas e intempestivas as declarações do presidente da Câmara de Lisboa, a tal respeito e que, mesmo sem querer, nos insinuam: que desígnio terão latente?
No entanto não acho criteriosa nem prudente a afirmação da ministra da Saúde de que “não há nenhum caso de infecção associada a transportes públicos”. Sabendo-se que uma das causas mais propiciadoras da infecção são os ajuntamentos, e constatando que em muitos transportes públicos as pessoas vão ao molho, é praticamente impossível que daí não resultem infecções, mesmo que não se conheçam.
Tenho relutância em fazer, a propósito dos transportes, a leitura que alguns fizeram a propósito das máscaras: são ineficazes porque não as têm. Há problemas que não se resolvem a curto prazo. É a vida. Custa tanto a reconhecê-lo?
Ligações: Público, carta ao director (4 Jul 2020); Outras cartas ao Director do Público de Fávio Vara.
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