Sobre


Flávio Henrique Vara é natural do nordeste transmontano, onde passou a infância e a adolescência tendo depois rumado a Coimbra para se inscrever no curso de Filologia Clássica da Faculdade de Letras.

O transmontano insubmisso, que já suportava mal a canga opressora salazarista, não aguentou somar a essa ditadura uma outra, demencial, que vigorava em Coimbra e se chamava Praxe Académica. E assim, o “semi-puto” (aluno do 3.º ano) atreveu-se a escrever um livro onde arrasava os dogmas e as liturgias do ídolo da praxe – O ESPANTALHO DA PRAXE COIMBRÃ.
Foi um tão grande escândalo no meio estudantil que se viu compelido a abandonar a cidade do Mondego e prosseguir os estudos na Universidade de Lisboa, onde veio a concluir a licenciatura com distinção e com a apresentação da tese - VIRGÍLIO E A ÉCLOGA PORTUGUESA QUINHENTISTA – que lhe mereceu o “Prémio Professor Simões Neves”.
Convidado a integrar o corpo docente da Faculdade, não ocupou o lugar por muito tempo, por ter denunciado, no “Diário de Lisboa”, o que ele apelidou de “pornografia académica”, ou seja, o copianço generalizado nas provas de exame. Para os bonzos salazaristas, tal acto era desprestigiante para a Faculdade e obrigaram-no a pedir a demissão.
De então para cá, outras peripécias do mesmo género aconteceram na sua vida, mas não cabem num apontamento como este. O que importa salientar é que nunca vendeu a alma ao diabo e manteve o mesmo idealismo e inconformismo dos verdes anos. Foi com esse espírito que em 2007 publicou – A BEM SOADA GENTE – gente não abençoada por ele, mas alvejada com as “cantigas de escárnio e maldizer” que compõem o livro. É ainda no mesmo registo de inconformismo e rebeldia que agora dá à estampa – A NATA DO POVO – colectânea de sátiras dirigidas aos “barões assinalados” e às conspícuas baronesas da portuga gente, que constituem o orn(e)amento destes inolvidáveis tempos que nos é dado viver.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Arcades Ambo

  Rapazola petulante e tão levado da breca que pô-lo a governante não lembraria ao careca.   Lembrou, contudo, ao Monhé, per...