Em artigo deste jornal do passado 25
de Abril, escreveu a conspícua jornalista Teresa de Sousa o seguinte:
“À frente do Governo, do
Parlamento e da Presidência estão três cidadãos de absoluta integridade moral,
que representam a moderação contra o tribalismo e que têm um passado de defesa intransigente
da democracia liberal”.
Relativamente à “absoluta integridade
moral” do cidadão que está à frente do Governo, permito-me observar: como é
amplamente conhecido e comentado, dá-se ao vezo de afastar dos lugares de
relevância política e administrativa as personalidades independentes e imparciais,
quando a “integridade moral” das mesmas o incomoda, substituindo-as por
compinchas, parentes, padrinhos de casamento, colegas de faculdade e outros yes-men,
como se o país se reduzisse ao círculo dos seus muchachos e ao seu
tribalismo partidário, num modus operandi obsceno e desbragado.
Pergunto, pois: com que óculos e de
que cor a jornalista Teresa de Sousa observa a realidade?
* Carta enviada ao jornal "Público" em 28 de Abril último e não publicada.
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