quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Os Juízes, o Estatuto e o Conduto

Os nossos meritíssimos juízes são, como todos sabem, os servidores do Estado mais mal pagos, podendo até, nos escalões superiores da sua carreira, ultrapassar o vencimento do Primeiro Ministro. 

É por isso que, desde que os conheço, os vejo permanentemente a reclamar o reconhecimento da sua dignidade. E em que consiste a dignidade de Suas Meritíssimas Exc.ªs? Inibem-se de o dizer à s claras, não se vá pensar que maculam a sua dignidade com algo de impuro. Temos de ler nas entrelinhas do seu discurso, como por exemplo, no artigo do juiz Filipe César Marques (Público de 20-11-2018), quando reclama a “densificação”(?!) do respectivo Estatuto e compara os juízes portugueses aos magistrados de outros países da União Europeia, em vez de os comparar ao nível de vencimentos dos servidores do estado do nosso país.  

E em que consiste a tal “densificação”, um termo tão eufemisticamente curioso? Consiste em adicionar o conduto ao Estatuto, sendo que, no caso, conduto é igual a cum-quíbus. 

Eu cá não sou de intrigas, mas aposto com quem quiser, dobrado contra singelo, que as Meritíssimas Exc.ªs que fazem greve por causa de um Estatuto sem conduto,Zz deixariam de a fazer se lhe dessem um conduto sem Estatuto.

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